Páginas

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Opinião pessoal


Apesar de estar em seu primeiro mandato no Senado, Gleise Hoffmann tinha uma atuação digna de político já muito experimentado no Congresso Nacional. Seu empenho em sempre apartear os senadores de oposição para defender o governo Dilma chamou minha atenção nas tardes em que assisti à Tv Senado. Além disso, ela era bem atuante nas sessões do Senado, discursou diversas vezes, se não me engano, mais de 50 discursos nos poucos meses em que lá estava.

Costumava ver a senadora mesmo nas sessões de segunda-feira, que pela tradição, não tem quase ninguém, tanto que a presidência da casa nesse dia sempre varia muito, até a própria senadora novata já ocupou a presidência nessas esvaziadas sessões de segunda.
Sua atuação nas comissões também sempre foi de destaque, por lá também sempre fazia ampla defesa dos interesses do governo petista, relatava importantes projetos e fez importantes proposições de alteração nas leis.

Lembro-me como se fosse hoje quando a então senadora subiu a tribuna em um de seus primeiros discursos e anunciou que havia proposto alguns projetos, eram eles: Limitar o ganho dos servidores públicos para o que efetivamente estabelece a constituição, o salário dos ministros do STF; alterar a constituição e fazer com que os do Legislativo que assumam cargos no Executivo percam o mandato e mais uma alteração.

Na verdade, não me lembro mais exatamente se eram essas as tais propostas, mas lembro que fiquei muito impressionado. A ministra, além de encantadora sob o ponto de vista da aparência, trazia projetos que visavam moralizar a atuação dos que estão em cargos públicos, bancados pelo dinheiro de todos os brasileiros.

Por tudo isso que me lembrei e está registrado acima, e por outras impressões mais que tive, confesso que fiquei bem triste em pensar que ela irá deixar o Senado e que ficará reclusa tal qual seu antecessor na Casa Civil. Sim, pois na Tv Nbr pouco ou quase nunca terei oportunidade de acompanhar algum discurso dela. Certa vez cheguei a lamentar que em meu estado não tivesse alguém tão exemplar como ela no Senado...

Confesso que queria muito que ela ocupasse cargos de liderança no Senado, que crescesse politicamente e, até mesmo, fosse nossa futura presidente. Mas não sabia que o futuro reservava a ela um atalho tão poderoso rumo ao poder quanto este que a partir de amanhã ela toma posse: a Casa Civil, o segundo posto do poder Executivo. O centro das decisões que afetam a todos os brasileiros, onde quer que eles estejam neste grande e tão amado país.

Vi na então senadora muita correção e ética no pouco tempo que acompanhei sua atuação, na minha mente, não conseguia sequer pensar nela em alguma capa de revista ou reportagem de jornal com seu nome – algo que muitos consideram o maior patrimônio que se tem – envolvido na política suja, baixa e corrupta que a tantos já envolveu com ofertas sedutoras de facilidades.
Cheguei a pensar várias vezes que, por ser uma pessoa tão pautada pelos princípios éticos, jamais teria qualquer destaque ou maior repercussão na mídia nacional. Mas tenho que reconhecer ter errado feio!

Não só terá destaque em toda a imprensa, como sua vida e suas ações no passado e no futuro serão vistas com lupa pelos jornalistas investigativos, ao menor sinal de desvio, não hesitarão em publicar nos órgãos de mídia e, mesmo que após se prove o completo equívoco das alegações de desvio de conduta, jamais apagarão manchas numa biografia a meu ver tão limpa e perfeita como é a de Gleisi.

Por isso, quero crer, ela terá ainda mais preocupação em agir da forma mais republicana possível, e o fato de não ter que fazer articulação política muito ajudará a se manter livre dos escândalos. Por fim, tenho ampla certeza que Gleisi será muito bem-sucedida na Casa Civil e que ainda terá muitas gratas surpresas no futuro!

O governo Dilma apesar de diminuído pela crise resultante do Caso Palocci, sai maior com a chegada de tão incomparável reforço. É... como já diziam os antigos: Há males que vêm para o bem.

P.S.: Lamento apenas não conhecê-la e saber que nunca poderei fazê-lo, dadas as circunstâncias, tenho grande empatia pela Gleisi, certamente teria meu voto para sempre se fosse do meu estado. Ela me fez ver que há bons exemplos no PT, algo que não acreditava após tantas crises na Era Lula.

Queda de Palocci, ascensão de Gleisi Hoffmann


Após 3 semanas de sangria no governo, crise na base aliada e derrotas dentro e fora do Congresso Nacional, eis que a presidente Dilma finalmente resolve dar um basta nessa crise.

Segundo revelado pela imprensa, Palocci estava irredutível nos últimos dias: Só iria sair se a própria presidente o demitisse, não iria renunciar ao cargo de livre vontade. Essa sua decisão é mais que razoável e de fácil entendimento.

Em 2006, em pleno ano eleitoral em que Lula, embora muito desgastado com o escândalo do mensalão, decidiu pleitear um novo mandato presidencial. Foi nessa época em que veio a tona o chamado Escândalo do Caseiro Francenildo. Este foi ao Congresso dar depoimento de via com freqüência Palocci em uma casa onde negócios pouco republicanos ocorriam.

Usando da velha tática de se defender contra-atacando, o Ministério da Fazenda foi acusado de violar o sigilo bancário do caseiro. Os acessos foram para achar algo que trouxesse desconfiança aos interesses do caseiro de entregar Palocci.

Nesse período, tal como agora, uma grave crise política ocorreu e minou as atividades do governo, para dar fim a crise, Palocci renunciou ao cargo e mais tarde – 3 anos depois – foi absolvido desse escândalo pelo STF.

Isso certamente muito traumatizou Palocci, já que ele era o grande nome da sucessão ao presidente Lula. Portanto, mais uma vez ocorreu o que vimos na Era Lula, o homem-forte do governo, apesar de todas as suas qualidades e bom trânsito entre tantos segmentos, cai em meio a escândalos em que a sua ética fora questionada.

Palocci sai do governo sem conseguir explicar de forma convincente algo que foi levantado pela Folha de S. Paulo e que deu origem a toda essa crise no tão recente governo Dilma: Como conseguiu aumentar em 20 vezes o patrimônio em quatro anos?

Palocci demorou muito para dar respostas, evitou a imprensa durante vários dias e quando resolveu falar, foi muito genérico e apenas alegou atuar dentro da legalidade e pediu boa fé ao povo brasileiro.

Suas explicações só pioraram sua situação e sua queda virou questão de tempo. No fim de semana, Dilma já pensava em quem iria substituí-lo. Entretanto, para evitar que Palocci ficasse ainda mais sob suspeita, restava esperar a decisão do procurador-geral da República, sobre as representações apresentadas pela oposição.

Tendo o procurador decidido nesta segunda-feira pelo arquivamento alegando falta de indícios para investigação criminal, Dilma já podia discutir mais tranqüilamente a substituição de Palocci, que ocorreu um dia após a manifestação da Procuradoria.

Palocci pediu demissão no fim da noite, ao que a presidente de pronto aceitou e indicou sua sucessora na pasta, a senadora Gleise Hoffmann. Ela estava apenas a 5 meses, mais ou menos, no Senado Federal. Disputou duas outras eleições: uma vez para o Senado, outra para a prefeitura de Curitiba, perdeu em ambas.
Mas o que Dilma quer de Gleisi não é sua experiência como política em si, mas sim sua capacidade de gestão. Sob o governo Lula, Gleisi foi indicada para assumir a Itaipu, e também já foi secretário em um governo e uma prefeitura. A nova chefe da casa civil também tem especializações na área de gestão pública, além de ser formada em direito.

De volta?

Após longo tempo sem postagem, creio estar de volta, espero que dessa vez consiga deslanchar o blog...

A seguir, texto antigo que fiz quando estava sem internet, o tema é mais antigo ainda...